A Árvore de Causas é uma ferramenta visual e lógica amplamente utilizada para análise de acidentes de trabalho. Ela ajuda a identificar, organizar e compreender os fatores que desenvolvem para o evento, desde as causas imediatas até a causa-raiz, permitindo implementar medidas eficazes para prevenir novos acidentes.
Essa metodologia é baseada na ideia de que, para cada acidente, existe uma cadeia de eventos que ocorreram. Entender essa sequência é essencial para resolver o problema na sua origem, em vez de apenas tratar os sintomas.
Como Funciona a Árvore de Causas?
A ferramenta é estruturada como uma árvore invertida :
- O acidente é o ponto de partida, localizado no topo (ou raiz visual).
- A partir dele, são ramificadas perguntas como: “Por que isso aconteceu?” , explorando os motivos em níveis mais profundos.
Cada resposta leva a novas perguntas, criando conexões até alcançar o ponto mais básico, a causa-raiz , que é o fator central que permitiu que o acidente ocorresse.
Por que usar a Árvore de Causas?
- identificar a causa-raiz: A solução para evitar acidentes futuros está na correção do problema central, e não apenas nos sintomas visíveis.
- Visualizar conexões: A ferramenta oferece uma representação clara de como diferentes fatores estão relacionados.
- Tomar decisões: Ela ajuda a priorizar ações corretivas com base nas descobertas.
- Prevenir novos acidentes: Ao eliminar as causas subjacentes e a raiz do problema, reduz-se significativamente a probabilidade de recorrência.
Passo a Passo para Construir uma Árvore de Causas
1. Identifique o Acidente
Descreva de forma clara o que aconteceu. Por exemplo:
- Acidente: Um trabalhador caiu de uma escada enquanto trocava uma lâmpada.
2. Reúna Informações
Colete todos os dados relevantes sobre o acidente:
- Relatos de testemunhas.
- Fotos ou vídeos do local.
- Condições do ambiente de trabalho no momento do incidente.
- Relatórios técnicos de equipamentos.
Essas informações são fundamentais para compreender o contexto do evento.
3. Pergunte “Por Que?”
Comece pelo evento principal e pergunte “Por que isso aconteceu?” . Para cada resposta, continue perguntando “Por quê?”, até que não haja mais respostas possíveis ou relevantes. Exemplo:
- Por que o trabalhador caiu da escada?
- Porque ele perdeu o equilíbrio.
- Por que ele perdeu o equilíbrio?
- Porque eu estava tentando alcançar uma lâmpada em um ponto distante.
- Por que ele precisa se esticar?
- Porque a escada era curta e inconveniente para o serviço.
- Por que a escada escondida foi usada?
- Porque não havia uma escada disponível no local.
- Por que não havia uma escada fechada?
- Porque a empresa não possui um sistema de controle para verificar e alocar os equipamentos corretos.
4. Estrutura as Informações
Organize as respostas em uma árvore, onde:
- O acidente é o topo.
- Cada resposta forma um ramo, conectando os fatores contribuintes.
Exemplo de Árvore de Causas Simplificada:
- Acidente: Trabalhador caiu da escada.
- Causa imediata: Perdeu o equilíbrio.
- Causa subjacente: Usava uma escada oculta.
- Causa-raiz: Falta de controle na gestão de equipamentos.
- Causa subjacente: Usava uma escada oculta.
- Causa imediata: Perdeu o equilíbrio.
5. Identificação de Ações Corretivas
Agora que as causas foram mapeadas, determine ações para eliminá-las:
- Treinar os colaboradores para usar equipamentos corretos.
- Implementar um sistema de controle e inspeção de equipamentos.
- Disponibilizar escadas adequadas para cada tipo de trabalho.
Essas ações devem ser documentadas, inovadoras e monitoradas para garantir que sejam eficazes.
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Exemplo Real Aplicado: Queda em Altura
Acidente: Um trabalhador caiu de um andaime de 3 metros de altura durante uma pintura de uma parede.
Árvore de Causas Construída:
- Evento principal: Queda do trabalhador.
- Causa imediata: Ele não utilizou o cinto de segurança.
- Causa subjacente: Não havia supervisão no local para fiscalizar o uso do EPI.
- Causa subjacente: Falha na gestão de segurança para monitorar atividades de risco.
- Causa-raiz: A empresa não possui um plano eficaz de gestão para atividades em altura.
- Causa subjacente: Falha na gestão de segurança para monitorar atividades de risco.
- Causa subjacente: Não havia supervisão no local para fiscalizar o uso do EPI.
- Causa imediata: Ele não utilizou o cinto de segurança.
Ações Corretivas e Preventivas:
- Implementar um sistema de fiscalização contínua para o uso de EPIs.
- Treinar colaboradores e supervisores em segurança para trabalho em altura.
- Desenvolver um plano de gestão específico para atividades de risco, com base na NR-35 .
Benefícios da Árvore de Causas
- Prevenção Eficaz: Eliminar os problemas em sua origem, em vez de tratar apenas as consequências.
- Visão Estratégica: Permite entender como fatores humanos, organizacionais e técnicos interagem para causar um acidente.
- Simplicidade e Clareza: Uma estrutura visual que facilita a comunicação dos resultados para gestores e equipes.
- Cultura de Aprendizado: Demonstra o compromisso da organização em aprender com os erros e proteger seus colaboradores.
Erros comuns ao usar a árvore de causas
- Parar na causa imediata: enfocar apenas questões superficiais, como o erro humano, sem investigar fatores estruturais ou organizacionais.
- Falta de dados: Não foram coletadas informações suficientes para construir uma árvore, o que compromete uma análise.
- Não implementar ações: identificar as causas, mas falhar em executar as soluções propostas.
Conclusão
A Árvore de Causas é uma ferramenta indispensável para a análise de acidentes de trabalho. Ao permitir que uma organização identifique e elimine a causa-raiz de um incidente, ela promove não apenas a segurança dos colaboradores, mas também a eficiência operacional e a redução de custos associados a acidentes.
Aplicada de forma consistente, a Árvore de Causas ajuda a criar uma cultura de segurança sólida, onde cada incidente se transforma em uma oportunidade de aprendizado e melhoria contínua.
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